sexta-feira, 27 de julho de 2012

Kim e Josh



Sentada no meio-fio, olhando o calor subindo do asfalto escaldante, e as coisas parecem tão mortas, memórias perdidas de tantas vidas que passaram por ali, cada qual deixando sua marca.
A deles com certeza estaria gravada bem fundo na alma dela muito além das placas quebradas no asfalto.
Era verão estava tudo quente como sempre, os vidros do carro abertos, seus pés esticados sobre o banco tocando a marcha, ela tirou o sapato e começou a brincar com ele enquanto dirigia, fez-lhe cócegas, beliscou-o, eles estavam felizes, tudo certo na serralheria pra Josh, e com essa grana eles poderiam enfim comprar a sua casa, com uma árvore para Neko poder brincar, aquela bola de pêlos adorava subir em tudo, e eles seriam felizes... Música alta enquanto preparava o jantar, era no que ela pensava agora, fazer sua comida preferida, levar a bebida, e ouvir música sentados no sofá com  Neko no meio, era isso que fariam quando chegassem no seu apartamento, comemorariam. Esticou-se para dar-lhe um beijo, por fazê-la tão feliz, tudo era tão perfeito, e não havia como ficar melhor. Ele riu e a beijou um beijo tão apaixonado que a deixou tonta, e ele ficou sem ar, perdeu o fôlego, foi quando a luz forte foi jogada em seu rosto, e ela não conseguiu mais ver nada, seus pés ainda brincavam com a barriga dele, ela viu seu sorriso, e foi a última coisa de que se lembra.
Ela acordou uma semana depois em um quarto de hospital, sua última lembrança antes disso era daquele último beijo... então ela gritou por Josh, onde ele estava que não ali ao seu lado?
A enfermeira veio imediatamente tentou acalmá-la, mas ela não conseguia pensar, aquela mulher a estava irritando, onde estava Josh? O médico veio, ela exigiu respostas, então ele lhe contou... De como o caminhão desgovernado os havia atingido, e de que Josh havia sofrido a maior parte do impacto, eles foram socorridos por um motorista que vinha logo atrás e que havia chamado a ambulância, eles haviam retirado ambos e trazido ao hospital, mas Josh morreu algumas horas depois. Quando ele terminou de falar ela chorou, chorou até dormir sentindo o gosto daquele último beijo.
Passaram-se três anos, ela está sentada no meio-fio, olhando o calor subindo do asfalto escaldante, e as coisas parecem tão mortas, memórias perdidas de tantas vidas que passaram por ali, cada qual deixando sua marca, as lágrimas escorrem-lhe impiedosamente pela face, ela comprou a casa com uma árvore na frente, Neko agora tem uma companheira que se chama Jenny, eles brincam juntos subindo e descendo a grande árvore. E ela parece poder ver o sorriso de Josh por entre as folhas amareladas pelo sol. E ela ainda chora sempre, lembrando do dia que foi de o mais feliz ao mais doloroso de sua vida, o último dia com aquele que ela verdadeiramente amou.


Rê Castro
Com lágrimas nos olhos aos 27 de Julhho de 2012  

terça-feira, 17 de julho de 2012

Te ouvir

 
 
Ainda há um pouco de sua canção em meu ouvido
Ainda há um pouco de suas palavras que eu desejo ouvir
Você se aproxima um pouco de mim
Tão próxima, que eu não consigo ver o que está acontecendo
Cannobal
Damien Rice

Devia...


sexta-feira, 13 de julho de 2012

Alone

Tied My Hands
Seether

Love Her


Uma Última Ligação


E se quando você estiver do outro lado da cidade tão longe de mim
Dormindo do lado de sua nova namorada e seu telefone tocar
Você irá pensar em mim?

Você vai lembrar de todas as madrugadas em que estávamos em perfeita sintonia?
Quando ríamos ate quase chorar?
Conversávamos até um quase dormir do outro lado da linha, ou até a atendente informar que os créditos estavama acabandoVocê consegue lembrar?

Mas para você isso parece que já faz tanto tempo
E pra mim ainda parece que foi ontem...
E para ela que você deve ligar agora, quando estiver muito feliz, ou quando quiser somente desabafar

E se eu precisar de você?
Você irá me atender quando meu nome aparecer no seu visor?
E o que irá dizer para ela?
Seu telefone toca repetidas vezes...
Não irá atender?

Eu tento mais uma última vez, de olhos fechados eu ouço atentamente, ansiosa,
Primeiro toque
Segundo toque
E no terceiro:
'Bom dia amor...'
Eu abro meus olhos e não telefone à vista
Eu não estou te ligando mais
Eu não preciso, pois você não está do outro lado da cidade
Está do outro lado da cama
Te abraço forte, contente em saber que tudo não passou de um sonho ruim,
E que todos os dias ainda acordarei sentido teu cheiro no travesseiro e ouvindo-te dizer:
'Bom dia amor'


Renata Castro
24/03/10 

Pandora



Talvez se fosse diferente, se não fosse como os outros... Eu não teria que dizer tudo que disse a eles
Não teria que mentir como sempre fiz
Se você apenas pudese ver tudo aquilo qe eu sempre quis que visse
Se você apenas conseguisse por um instante olhar com olhos amorosos
Tente apenas não me julgar a cada instante
Feche os olhos e tente olhar...

Em seus olhos eu posso ver a cada palvra verdadeira que digo sua expressão de desagrado,
Você não gosta do que vê
Porque não foi isso que você sempre sonhou
E você não consegui evitar me perguntar:
"O que há de errado com você?"

Por trás de tudo aquilo que você sempre quis que eu fosse
Você nunca irá perceber mas é lá que eu estou,
E o que há de errado comigo?
Como pude imaginar que depois de tanto tempo você conseguiria enxergar o que eu realmente sou?

Deixe tudo como está que as verdades  continuem trancadas
Afinal de contas, a verdade é sempre aquilo que você quer acreditar que seja

No final de tudo.. Apenas tome cuidado
Não deixe que e abra a Caixa de Pandora.

Renata Castro
01/03/10