quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Brighid



Ela me tem visitado com tão pouca frequência, e tão rapidamente...
 Como um amante às escondidas, ela tem me vindo visitar, e mal sinto seu toque antes que desvaneça, muitas vezes antes que abra os olhos para ver se é mesmo verdade que estás aqui
 E fico apenas com seu perfume pairando no ar quente da noite.
Porque amada minha tens feito isso comigo?
Porque tens-me deixado sofrer com tua longa ausência?
Sinto falta dos sons, das cores, e das risadas que provoca em mim,
Sinto falta dos lugares fugidios para os quais me levava, sinto falta de tudo em você.
E eu tenho aguardado, dia após dia
 Por longas noites olhando por essas janelas e só vejo os campos vazios, retorne e me leve novamente a todos os lugares em que só nós podemos encontrar.
Estarei sempre te esperando, até o dia que retornes. Não me abandones mais Brighid. 

Renata Castro
11/10/12

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Sentimentos presos



Meu coração bate em meu peito como uma borboleta presa em um pote, e ele dói com um peso imemorial de palavras que eu não consigo expressar.
E dói tanto, é tentar chorar sem ter lágrimas para cair, é tentar aterrisar sem estar voando.
E eu não sei de onde vem toda essa angústia, mas eu espero por aquele que me dê a força de abrir a tampa e libertar esse sentimento preso e angustiado que vive aqui dentro.

Renata Castro
06/08/12

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Kim e Josh



Sentada no meio-fio, olhando o calor subindo do asfalto escaldante, e as coisas parecem tão mortas, memórias perdidas de tantas vidas que passaram por ali, cada qual deixando sua marca.
A deles com certeza estaria gravada bem fundo na alma dela muito além das placas quebradas no asfalto.
Era verão estava tudo quente como sempre, os vidros do carro abertos, seus pés esticados sobre o banco tocando a marcha, ela tirou o sapato e começou a brincar com ele enquanto dirigia, fez-lhe cócegas, beliscou-o, eles estavam felizes, tudo certo na serralheria pra Josh, e com essa grana eles poderiam enfim comprar a sua casa, com uma árvore para Neko poder brincar, aquela bola de pêlos adorava subir em tudo, e eles seriam felizes... Música alta enquanto preparava o jantar, era no que ela pensava agora, fazer sua comida preferida, levar a bebida, e ouvir música sentados no sofá com  Neko no meio, era isso que fariam quando chegassem no seu apartamento, comemorariam. Esticou-se para dar-lhe um beijo, por fazê-la tão feliz, tudo era tão perfeito, e não havia como ficar melhor. Ele riu e a beijou um beijo tão apaixonado que a deixou tonta, e ele ficou sem ar, perdeu o fôlego, foi quando a luz forte foi jogada em seu rosto, e ela não conseguiu mais ver nada, seus pés ainda brincavam com a barriga dele, ela viu seu sorriso, e foi a última coisa de que se lembra.
Ela acordou uma semana depois em um quarto de hospital, sua última lembrança antes disso era daquele último beijo... então ela gritou por Josh, onde ele estava que não ali ao seu lado?
A enfermeira veio imediatamente tentou acalmá-la, mas ela não conseguia pensar, aquela mulher a estava irritando, onde estava Josh? O médico veio, ela exigiu respostas, então ele lhe contou... De como o caminhão desgovernado os havia atingido, e de que Josh havia sofrido a maior parte do impacto, eles foram socorridos por um motorista que vinha logo atrás e que havia chamado a ambulância, eles haviam retirado ambos e trazido ao hospital, mas Josh morreu algumas horas depois. Quando ele terminou de falar ela chorou, chorou até dormir sentindo o gosto daquele último beijo.
Passaram-se três anos, ela está sentada no meio-fio, olhando o calor subindo do asfalto escaldante, e as coisas parecem tão mortas, memórias perdidas de tantas vidas que passaram por ali, cada qual deixando sua marca, as lágrimas escorrem-lhe impiedosamente pela face, ela comprou a casa com uma árvore na frente, Neko agora tem uma companheira que se chama Jenny, eles brincam juntos subindo e descendo a grande árvore. E ela parece poder ver o sorriso de Josh por entre as folhas amareladas pelo sol. E ela ainda chora sempre, lembrando do dia que foi de o mais feliz ao mais doloroso de sua vida, o último dia com aquele que ela verdadeiramente amou.


Rê Castro
Com lágrimas nos olhos aos 27 de Julhho de 2012  

terça-feira, 17 de julho de 2012

Te ouvir

 
 
Ainda há um pouco de sua canção em meu ouvido
Ainda há um pouco de suas palavras que eu desejo ouvir
Você se aproxima um pouco de mim
Tão próxima, que eu não consigo ver o que está acontecendo
Cannobal
Damien Rice

Devia...


sexta-feira, 13 de julho de 2012

Alone

Tied My Hands
Seether

Love Her


Uma Última Ligação


E se quando você estiver do outro lado da cidade tão longe de mim
Dormindo do lado de sua nova namorada e seu telefone tocar
Você irá pensar em mim?

Você vai lembrar de todas as madrugadas em que estávamos em perfeita sintonia?
Quando ríamos ate quase chorar?
Conversávamos até um quase dormir do outro lado da linha, ou até a atendente informar que os créditos estavama acabandoVocê consegue lembrar?

Mas para você isso parece que já faz tanto tempo
E pra mim ainda parece que foi ontem...
E para ela que você deve ligar agora, quando estiver muito feliz, ou quando quiser somente desabafar

E se eu precisar de você?
Você irá me atender quando meu nome aparecer no seu visor?
E o que irá dizer para ela?
Seu telefone toca repetidas vezes...
Não irá atender?

Eu tento mais uma última vez, de olhos fechados eu ouço atentamente, ansiosa,
Primeiro toque
Segundo toque
E no terceiro:
'Bom dia amor...'
Eu abro meus olhos e não telefone à vista
Eu não estou te ligando mais
Eu não preciso, pois você não está do outro lado da cidade
Está do outro lado da cama
Te abraço forte, contente em saber que tudo não passou de um sonho ruim,
E que todos os dias ainda acordarei sentido teu cheiro no travesseiro e ouvindo-te dizer:
'Bom dia amor'


Renata Castro
24/03/10 

Pandora



Talvez se fosse diferente, se não fosse como os outros... Eu não teria que dizer tudo que disse a eles
Não teria que mentir como sempre fiz
Se você apenas pudese ver tudo aquilo qe eu sempre quis que visse
Se você apenas conseguisse por um instante olhar com olhos amorosos
Tente apenas não me julgar a cada instante
Feche os olhos e tente olhar...

Em seus olhos eu posso ver a cada palvra verdadeira que digo sua expressão de desagrado,
Você não gosta do que vê
Porque não foi isso que você sempre sonhou
E você não consegui evitar me perguntar:
"O que há de errado com você?"

Por trás de tudo aquilo que você sempre quis que eu fosse
Você nunca irá perceber mas é lá que eu estou,
E o que há de errado comigo?
Como pude imaginar que depois de tanto tempo você conseguiria enxergar o que eu realmente sou?

Deixe tudo como está que as verdades  continuem trancadas
Afinal de contas, a verdade é sempre aquilo que você quer acreditar que seja

No final de tudo.. Apenas tome cuidado
Não deixe que e abra a Caixa de Pandora.

Renata Castro
01/03/10 

quinta-feira, 14 de junho de 2012

O Labirinto


Alaïs estava maravilhada com as sensaçoes que Guilhem provocava nela. Deliciava-se com o modo como seu coração pulava quando o via inesoeradamente, o modo como o chão fugia debaixo de seus pés quando ele sorria para ela. Ao mesmo tempo, não gostava daquela sensação de impotência. Temia que  o amor a estivesse tonando fraca, tonta.
O Labirinto, Kate Mosse, p. 45

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Versão Mitológica do Cupido



No livro «Mythologie Grecque» (Editions Toubi’s) o Cupido é descrito como um jovem homem nu, de asas douradas, com cabelos encaracolados, munido com um arco que lança flechas mágicas. « Antes de ser adoptado pelos poetas, esculpido pelos escultores e pintado pelos pintores ele era, para os antigos gregos, o filho de Afrodite e de Ares, que trespassava os corações dos mortais. Ele era o mais belo dos deuses já que fazia nascer nos homens os sentimentos mais nobres e ajudava os pares a unirem-se. Para além disso, ficou conhecido por adoçar os temperamentos dos mortais, mesmo os mais duros, por embelezar a sua vida e por lhes dar um sentido.
Já para os romanos, ele era conhecido como Cupido, filho de Mercúrio, o mensageiro alado dos deuses, e de Vénus, a deusa da beleza e do amor.
O que também muitos desconhecerão é que, de acordo com a mitologia, o Cupido viveu um grande amor e enfrentou muitas dificuldades para conseguir que este tivesse um final feliz. Por essa razão ficou conhecido como aquele que une os corações.
Diz a lenda que o seu amor era a bela mortal, Psyché.
Psyché era uma jovem tão bela que suscitava o ciúme de Vénus. Por isso, a deusa deu ordens a Cupido para que este fizesse com que a jovem se apaixonasse por alguma criatura de má aparência. Mas em vez disso, o Cupido apaixonou-se perdidamente por ela e fez dela sua amante. Colocou-a num belo palácio, onde a visitava à noite mas, por ser mortal, ela estava proibida de olhar para ele. Psyché foi feliz até ao momento em que as suas irmãs, movidas pelo ciúme, lhe disseram que ele era um monstro que a iria devorar, convencendo-a a olhar para o seu amado.
Certa noite, Psyché pegou numa lamparina e iluminou o quarto para ver Cupido adormecido. Admirada com a rara beleza do jovem, ela deixou cair sobre o seu corpo uma gota de óleo da lamparina, e ele despertou. Por causa disso, Cupido castigou-a com o seu abandono, ressentido pela desobediência da amada. Com ele desapareceram também o seu encantador castelo, e os magníficos jardins, e ela viu-se sozinha num campo deserto.
Mas ela não desistiu, procurando o amante por toda a terra e acabando por encontrar o templo de Vénus.
Desejando destruí-la, a deusa do amor deu a Psyché uma série de tarefas, cada uma mais dura e arriscada que a anterior.
A primeira destas tarefas consistia em separar, na escuridão da noite, as impurezas de um monte enorme de várias espécies de grãos. Felizmente, as formigas tiveram piedade dela e vieram em grande número ajudá-la nesta empreitada. E assim todas as tarefas foram executadas à excepção da última...
Vénus deu-lhe uma pequena caixa que ela deveria levar até ao mundo dos mortos e onde deveria guardar alguma da beleza de Perséphone, a mulher de Plutão.
Durante a sua viagem, ela recebeu algumas conselhos que lhe diziam para evitar os perigos do reino dos mortos e que a avisavam para não abrir a caixa. Mas a tentação foi mais forte e Psyché abriu-a.
Então, em vez de encontrar aí a beleza, ela encontrou um sono mortal.
Cupido encontra-a tombada e já sem vida. Valendo-se dos seus poderes divinos, ele retira o sono mortal que preenchia o corpo da sua amada e deposita-o novamente na caixa.
Ao ver o seu grande amor voltar à vida, Cupido perdoa-a assim como Vénus. Os Deuses, comovidos pelo amor de Psyche por Cupido fazem dela uma deusa, para que ambos pudessem viver o grande amor que os unia, para toda a eternidade.
O casamento entre os dois realiza-se, finalmente, no céu.
Esta lenda é geralmente considerada como uma história metafórica. A palavra Psyché, que em grego significa borboleta, é geralmente entendida como sinónimo de alma. A borboleta simboliza a imortalidade da alma: depois de estender as asas, desde o túmulo em que estava, depois de uma vida mesquinha e rastejante enquanto lagarta, a borboleta flutua na brisa do dia e transforma-se num dos mais belos e delicados seres da primavera.
Psyché é, portanto a alma humana, purificada pelos sofrimentos e infortúnios, preparada para gozar a pura e verdadeira felicidade. Assim se explica que muito frequentemente, esta mortal feita deusa, seja representada, nas obras de arte, como uma bonita jovem com asas de borboleta juntamente com Cupido.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Lost Innocence


Mundo em Chamas

 
Mesmo que o mundo se incendeie em chamas
Você vai estar bem aqui ao meu lado
E, enquanto queima,
Você sorri pra mim e diz
Que, "Nem mesmo a morte pode me levar para longe de você ..."
 
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quinta-feira, 15 de março de 2012

A prisão que nós mesmas construimos



— A mente de uma mulher é estranha — continuou Riveda, pensativo. — Ela tem um grau maior de sensibilidade; seu próprio corpo reage à influência delicada da lua e das marés. E possui, desde que nasce toda a força e receptividade que um homem precisa levar anos e investir o sangue de seu coração para adquirir. Mas enquanto o homem se empenha em ascender, a mulher tende a se acorrentar. O casamento, a escravidão do desejo, a brutalidade do parto, a servidão de ser esposa e mãe... E tudo isso sem protesto! Ainda mais, ela procura tudo isso e chora se lhe é negado!"

A Teia de Trevas - A Queda de Atlântida - Livro 02 - P. 17

Georgina


”Você está se sentindo para baixo?” ”Mas do que pra baixo. Eu cai, e bati no fundo”
Succubus On Top P.288